A história da Fábrica

Como todos os meu leitores são extremamente curiosos, e aliado a isso, não tem o que fazer, contarei alguns detalhes sobre a Fábrica, desde início até anteontem, pois amanhã os salários serão cortados pela metade e a carga horário será triplicada.

Então, devido à minha falta de paciência, dividirei a história da Fábrica em três partes quase curtas: começo, meio,e até agora.

Começo: No início, tudo eram trevas, até que meu primo em segundo grau disse "faça-se a fábrica". Logo após, ele acendeu a luz. Como tudo que está no começo, tudo era complicado naqueles tempos. Eram apenas quatro funcionários, todos abaixo de mim, obviamente. Meu primo, também chamado de "Deus", era o gerente, que ficou tomando conta enquanto eu saí de férias. Ele está no comando até hoje, e eu volto às vezes para consertar as cagadas que ele faz, ou seja, trabalho quase todo dia. Os outros empregados eram Adão, Eva e uma cobra. Não sei o que uma cobra poderia fazer, mas meu primo disse que ela sabia trabalhar em equipe. Conclusão: os três foram pegos comendo em horário de expediente, caiu casca de maçã no maquinário, e fudeu com tudo. Adão e Eva disseram que foi a cobra que deu a fruta, mas eu disse que tinha uma placa bem grande escrito: "PROIBIDO COMER PERTO DO MAQUINÁRIO!", e dei justa causa para ambos. A cobra virou gerente no lugar de meu primo, que se aposentou. Bons tempos.

Continuamos com o negócio, eu e a cobra, por um bom tempo, até eu descobrir que ela fugiu para um paraíso fiscal com todo o dinheiro. Mudei-me para o Egito, onde fiz um acordo com o Faraó, uma espécie de Sinaf da Idade Antiga. Três de minhas obras permanecem até hoje. Depois aperfeiçoei e construí o Tajmahal, mas isso é outra história. Tudo corria bem, até o Sindicato dos Escravos fazer uma greve. Como eu dobrei a cota de chibatadas por dia, eles contrataram uns baianos, que mataram três camelos negros, e fizeram um despacho que resultou em dez pragas. O líder sindical Moisés fez um acordo, e fugiu para Israel com todos os meus escravos empregados. Fiquei puto, mas tive que recomeçar novamente.

Pequenas empresas, grandes sarcófagos.

Meio:Durante a Renascença italiana, fiquei amigo de um tal Leonardo. Ele era um dos caras mais preguiçosos que já vi. Ele mantinha duas famílias, os Mezenga e os Berdinazzi, pintando, construindo, e fazendo projetos, enquanto ficava o dia todo no pagode, comendo macarronada e bebendo vinho com seus amigos tartarugas, Donatelo, Rafael e Michelângelo.

Minha colaboração com a Mona Lisa. Os Mezenga não gostaram muito.

Após roubar o dinheiro dos templários, deixei a Itália, que na época não era Itália, e fui para a Inglaterra. Estava ocorrendo a Revolução Industrial, e não podia deixar de ter milhares de Olivers Twisters trabalhando 16 horas diárias pra mim. Era praticamente meu sonho se realizando. Mas aí vieram as leis trabalhistas, e um tal de Marx, que não era o Groucho, que escreveu um livro falando de direitos para os trabalhadores. Um absurdo. Se era para ter direito, não se chamaria trabalhador, e sim, chefe. E eu estava certo, pois alguns anos depois a República do Zangief faliu, e virou o Império do Putin. Mas antes disso, enriqueci consideravelmente fornecendo piadas sobre alemães nos EUA durante a guerra. O fato deles falarem cuspindo, e andaram como patos com hemorróidas rendeu-me zilhões de dólares, o que permitiu eu investir novamente em meus sonho de ter um monte de gente mal paga trabalhando pra mim 16 horas seguidas.

Até agora :Com o fim da Guerra fria, e o neoliberalismo a todo vapor, a cada dia enriqueço mais com minhas fábricas espalhadas por todo o mundo, sistema solar, via-láctea e algumas filiais na constelação de Andrômeda. Com o faturamente diário no valor do PIB de toda a União Européia, um negócio que começou com apenas quatro empregados, conta hoje com 100 elfos, 350 mil anões de jardim, 700 mil Umpa- Lumpas, 400 milhões de crianças aidéticas africanas desnutridas, e incontáveis nordestinos. Todos com um salário menos de meio centavo de dólar por semana.

Localizada no Hemisfério Norte setentrional do Sul Oeste Ásia meridiana de Greenwich, o coração central da fábrica ocupa um espaço equivalente a 20 florestas amazônicas. Com um lucro astronômico, e fornecendo piadas, textos mal escritos, achaques, ameaças e suborno para os 7,5 cantos do mundo, esperamos continuar cagando e lucrando para a concorrência e os clientes.

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Esse post é um agradecimento especial para a Clara, que fez o banner novo, e para a Cafeína, que fez o novo layout. Elas também fazem parte da fábrica, e recebem como pagamento um comentário por post. Até o ano que vem.