Um tipo de atitude que as pessoas utilizam e me irrita profundamente é o uso abusivo da “Lei da Primeira Ofensa”. A lei consiste em que apenas a primeira pessoa, sob a égide do humor ou da sociabilidade, pode te dar um esculacho e não parecer grossa ou mal educada, sendo que você, ao responder, passará por grosseiro, sem educação e/ou mal humorado.
Por exemplo, alguém “espirituoso” chega para você e fala: “Que camisa horrível”. Todos têm direito a ter opinião sobre quaisquer assuntos, embora geralmente o ditado “boca fechada não entra mosca” seja apropriado nessas ocasiões de incontinência verbal, onde a ideia de alguém acerca de algo não seja solicitada. Então, a pessoa que teve sua vestimenta avaliada, depois de acordar cedo, pegar ônibus cheio e tomar esporro do chefe por chegar atrasado e estar de ressaca, responde de forma simples e direta: “Foda-se”.
O neófito crítico de moda, pensando que agradou a todos por sua observação perspicaz a respeito, irá encher seu saco com os adjetivos expostos no fim do primeiro parágrafo. E você, cidadão de bem brasileiro e pagador de seus impostos, será tachado de “mala”, pecha com a qual terá que conviver.
Geralmente, os usufruidores da Lei são os mais “populares” do ambiente do trabalho, ou acreditam ser. Falam alto, fazem piadas sem-graça e, ao serem expostos em toda sua cretinice, gritam mais alto, como se estivesse ocorrendo um concurso de quem grita idiotices mais alto.
Lidar com essa situação é uma faca de doi (le)gumes: se você responde, é aquilo tudo, se não, passará como idiota. Penso ser melhor ser considerado o grosso do que o otário. Mas cuidado: o mala pode ser seu chefe. Aí, meu amigo, você está f....