quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A Lei da Primeira Ofensa

Um tipo de atitude que as pessoas utilizam e me irrita profundamente é o uso abusivo da “Lei da Primeira Ofensa”. A lei consiste em que apenas a primeira pessoa, sob a égide do humor ou da sociabilidade, pode te dar um esculacho e não parecer grossa ou mal educada, sendo que você, ao responder, passará por grosseiro, sem educação e/ou mal humorado.

Por exemplo, alguém “espirituoso” chega para você e fala: “Que camisa horrível”. Todos têm direito a ter opinião sobre quaisquer assuntos, embora geralmente o ditado “boca fechada não entra mosca” seja apropriado nessas ocasiões de incontinência verbal, onde a ideia de alguém acerca de algo não seja solicitada. Então, a pessoa que teve sua vestimenta avaliada, depois de acordar cedo, pegar ônibus cheio e tomar esporro do chefe por chegar atrasado e estar de ressaca, responde de forma simples e direta: “Foda-se”.

O neófito crítico de moda, pensando que agradou a todos por sua observação perspicaz a respeito, irá encher seu saco com os adjetivos expostos no fim do primeiro parágrafo. E você, cidadão de bem brasileiro e pagador de seus impostos, será tachado de “mala”, pecha com a qual terá que conviver.

Geralmente, os usufruidores da Lei são os mais “populares” do ambiente do trabalho, ou acreditam ser. Falam alto, fazem piadas sem-graça e, ao serem expostos em toda sua cretinice, gritam mais alto, como se estivesse ocorrendo um concurso de quem grita idiotices mais alto.

Lidar com essa situação é uma faca de doi (le)gumes: se você responde, é aquilo tudo, se não, passará como idiota. Penso ser melhor ser considerado o grosso do que o otário. Mas cuidado: o mala pode ser seu chefe. Aí, meu amigo, você está f....

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Necessidade S.A.

E em algum avião da Air France

- Boa tarde, senhoras e senhores, desculpa incomodar o silêncio da sua viagem, mas estou aqui hoje, na humildade, pedindo uma ajuda para poder manter a minha família. Perdi $ 40 bilhões na bolsa durante a crise, e agora minha família não pode mais comer no Fasano, minha esposa teve que devolver suas roupas Prada e bolsas Louis Vuitton. Meus filhos, coitados, não poderão mais ir à Disney nos fins de semana. Só estou aqui hoje por ter milhas sobrando na companhia aérea. Qualquer ajuda em ações da Petrobrás, imóveis em Orange County, ou até mesmo um puxadinho na Vieira Souto será bem recebido. Fiquem com Deus e boa viagem.

Bum.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O retorno do Zumbi escritor blogueiro

Cof, cof. Alguém? Alô, som, um dois, três. Bem (arrã). Desculpa a poeira, isso aqui ta uma zona, mas vou tentar (again) um retorno. Talvez seja complicado escrever em blog hoje em dia, ainda mais que só o início do texto tem mais de 140 caracteres e até o momento não disse o que estou fazendo (estou cagando, a quem interessar possa). Enfim, o problema é ver que a maioria dos textos, bons, ruins, engraçados, e principalmente, chatos pra caralho, já foram escritos, publicados e plagiados.

Sem querer tirar onda de literato intelectual, eu já li muita coisa. E hoje o que vejo, seja em livros, jornais ou internet, parece um CD (isso ainda existe?) do Ramones: por melhor ou pior que seja, tudo é similar, ou piorado do original.

Criticam o Sarney, e ele ainda está lá. Montam fotos de crianças com sorvete na testa, escrevem “fail” e acham o suprassumo da criatividade. É triste, meu povo, muito triste. Floreiam tanto uma resenha sobre uma partida de futebol que eu poderia acreditar que voltei à época do Romantismo, o equivalente ao Emo na música hoje em dia.

Por isso, meu povo, volto aos seus braços até me dar outro tilt e ficar seis meses sem escrever. Retorno para adocicar seus olhos e cérebros com críticas certeiras, comentários incisivos e erros de concordância. E não adianta chorar, pois até o Ashton Kutcher disse que vai me linkar.